Artigo de opinião de Catarina Cruz, Nutricionista Infantil e Formadora da Academia PHARMABSC
Quando nasce um bebé, chegam também novas preocupações para os pais/cuidadores. Um dos assuntos que suscita muitas dúvidas é a alimentação do lactente durante os primeiros anos de vida, que se por um lado tem de assegurar a otimização do seu crescimento e desenvolvimento físico e intelectual, por outro trata-se também de uma janela de oportunidade para o desenvolvimento de hábitos e preferências alimentares.
Aquando do início da diversificação alimentar, muitas vezes, os pais/cuidadores ouvem opiniões e/ou são pressionados por familiares/amigos/conhecidos/… a fazer a introdução alimentar de determinado modo ou a oferecerem (ou não) determinado alimento com base em argumentos como, por exemplo, “nós comemos isto e ainda estamos vivos” ou “oferece este alimento que é ótimo para algo” ou “ainda não deves oferecer este alimento porque só pode ser introduzido a partir dos x meses” ou “experimenta este alimento que no meu filho ajudava muito a algo”, o que pode ainda deixar os pais/cuidadores com mais dúvidas do que ajudá-los. Nesta sequência, muitos pais/cuidadores procuram junto dos profissionais de saúde esclarecer se estas informações que receberam são mitos ou se devem segui-las. Por esta razão é fundamental que todos os profissionais de saúde que possam vir a contactar com pais/cuidadores se encontrem atualizados sobre o tema.
Como em tudo na ciência, não existem verdades absolutas e aquilo que se crê hoje como verdadeiro, pode não o ser amanhã e, por essa razão, também na nutrição e alimentação infantil é essencial que os profissionais de saúde se mantenham atualizados e atuem de acordo com a evidência científica mais atual. Por exemplo, se há uns anos existia um esquema de introdução alimentar em que cada grupo de alimento seria introduzido conforme o avançar da idade, atualmente, as recomendações internacionais são de que qualquer alimento pode ser introduzido a partir dos 6 meses, com exceção do sal, açúcar e mel; ou se, anteriormente, se atrasava a introdução dos alimentos considerados alergénios alimentares, agora, é recomendada a sua introdução mais precocemente.
Adicionalmente, a indústria alimentar está constantemente a lançar novos produtos alimentares ou a atualizar produtos já existentes, o que torna ainda mais importante ter conhecimento atualizado sobre o assunto, por forma a conseguir identificar se um produto alimentar é ou não adequado para uma situação. Por exemplo, existem produtos alimentares infantis com indicação de que podem ser oferecidos a partir dos 6 meses mas que, no entanto, apresentam açúcar adicionado na sua composição, não estando de acordo com as recomendações internacionais mais atuais.
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