Artigo de Opinião | Daniela Santos
A formação é um dos pilares de avaliação de recursos humanos. Desde de a revolução industrial até aos nossos tempos, que o trabalho especializado tem tido enorme importância no desenvolvimento e crescimento das empresas. As farmácias comunitárias não devem ser exceção.
Alguns dos principais da formação são: Permitir reflexão, Criar Identidade Profissional, Permitir Socialização, Engajamento e Colaboração das pessoas.
Mas afinal as Farmácias investem em formação ou não? E as que investem, fazem de modo estratégico e de acordo com as capacidades dos seus colaboradores?
O que temos observado na nossa atuação, é que as Farmácias não dão prioridade à formação dos seus colaboradores. Não quer dizer que não administrem formação aos mesmos, mas baseiam-se nas formações oferecidas pela indústria farmacêutica que, na nossa opinião, não é formação, mas sim informação.
Temos que compreender que, um dos objetivos centrais da formação, é tornar os nossos colaboradores cada vez mais capazes de realizar as suas tarefas, torná-los diferenciadores no atendimento ao público, tornar a farmácia o verdadeiro ponto de referência das pessoas. Por outro lado, informação é tudo o que nos transmitem para nos apresentarem um novo produto, um novo serviço, um novo acontecimento, não levando à criação de competências ou capacidades.
Para informar, não precisamos da capacidade humana de inovar, de criar valor, para isso temos as máquinas, a inteligência artificial.
Muitos dos resultados da nossa avaliação em consultadoria, onde é feita uma avaliação personalizada e direcionada, apercebemos que de facto formação não falta. Vontade de a fazer e útil para o desenvolvimento profissional do colaborador, nem tanto. Muitos acabam por referir que passados uns meses têm de voltar a rever tudo porque não se lembram.
Não quer dizer que a farmácia deva ceder a todos os “caprichos” do colaborador, mas sim, avaliá-lo, perceber onde este valioso recurso pode ser aproveitado com a maior eficácia e eficiência, explorar as suas capacidades e mantê-lo fiel ao seu projeto.
Quando entrevistamos muitos candidatos, uma das questões que nos colocam é “A Farmácia aposta em formação?“. Mas afinal este candidato nunca teve formação? Nós sabemos que sim, que frequentou. Contudo, novamente, formação sem planeamento estratégico, elaborado apenas por interesses comerciais da indústria, não vai diferenciar de tantos outros que todos os dias ouvem a mesma coisa.
Dar oportunidade aos seus colaboradores, de pensarem de modo crítico, inovarem, pensarem fora da caixa, vai alterar a imagem monótona que tem a farmácia comunitária, atualmente. “É sempre a mesma coisa.”