Artigo de opinião de Joana Marques, Farmacêutica especialista em Dermofarmácia e Fundadora do Serviço SAAD (Serviço de Avaliação e Acompanhamento Dermofarmacêutico), antiga aluna do PA Gestão e Marketing Estratégia da nossa Academia.
Todos os dias, o Farmacêutico Comunitário procura exercer a sua arte da melhor forma que conhece, de modo a responder a todas as necessidades dos utentes que surgem ao balcão.
Atualmente, o utente da Farmácia mudou o seu comportamento: é um cliente mais informado, cuja sua decisão de compra é influenciada por diversos fatores: externos (informação de site, blogs, TV, digital influencers ) e internos (promoções existentes, disposição do produto no espaço físico da Farmácia e abordagem ao balcão). Deste modo, é um facto que o marketing já está integrado no dia-a-dia da Farmácia Comunitária há algum tempo, nomeadamente na gestão de promoções, gôndolas, montras e disposição de produto em todo o espaço físico. No entanto, não existe um bom marketing sem este estar associado a uma ótima gestão, que caminhe em concordância, para atingir os objetivos propostos. Estes objetivos devem ser SMART (Specific, Measurable , Achievable, Realistic e Time based).
A gestão de produto é tão importante quanto a gestão financeira. Para uma Farmácia obter sucesso e atingir os seus objetivos é importante delinear uma estratégia de gestão de produto, limitada no tempo (exemplo: 12 meses), de modo a prever as quantidades a encomendar, o stock que estará imobilizado na Farmácia, a sua rotatividade, sazonalidade e, muito importante: prever e antecipar o comportamento do seu utente. Temos que conhecer bem os nossos utentes para perceber que tipo de produtos são importantes adquirir e destes, quais deverão ser expostos no espaço físico da Farmácia.
No entanto, não basta ter todo este planeamento só alocado à loja física. O e-commerce já é uma realidade e veio para ficar. É crucial que a Farmácia se adapta à nova realidade e adapte também a sua estratégia de gestão de produto ao marketing digital. Como? Através da elaboração antecipada de uma boa estratégia de marketing, planeamento e controlo de tarefas, movida por objetivos SMART. Adaptar a sua imagem nas redes sociais, na pesquisa da Farmácia no Google e a elaboração de um site (institucional ou de venda de produtos) é essencial para que a Farmácia garanta a sua presença no meio digital. No entanto, é importante refletir que, mais que vender produtos, a Farmácia tem presente na sua génese um aconselhamento farmacêutico diferenciado, que a distancia da restante concorrência. Desta forma, para além de promover os seus produtos, a estratégia da Farmácia deverá passar também por promover os seus serviços e o seu aconselhamento de excelência.
A entrada da Farmácia Comunitária no Digital e e-commerce é uma necessidade iminente que deve ser muito bem delineada, pensada e planeada, avaliada, e posteriormente monitorizada, de modo a gerir da melhor forma as expectativas da Farmácia e não defraudar as mesmas. Isto porque é bastante provável que não seja à primeira tentativa que se alcance um número máximo de vendas ou de engagement nas redes sociais, mas sim através da experimentação, ao longo de várias tentativa-erro.
Só com persistência e resiliência, se alcança o sucesso e se enaltece esta profissão tão nobre: Ser Farmacêutico Comunitário.
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